Quimera do violino…

Quimera do violino…

Apenas mais um passeio neste dia em que o sol abre girassóis pelos canteiros do jardim.
A vila tem um ar típico medieval, com as flores a dar colorido às varandas e nas esplanadas cruzam-se línguas entre o português e o espanhol. Típico de uma vila minhota com gentes dos dois lados ibéricos.
Talvez outrora nesta praça tenha havido vassalagem às espadas do rei, com os tapetes estendidos aos sinos que tocavam aos céus.
Estás linda e vestida de forma atraente que em tempos passados até os deuses ficariam eufóricos e dançariam nas labaredas dos teus sorrisos abertos.
És uma menina alegre, com o corpo carimbado de sedução e atiças piropos emotivos nas expressões dos olhares dos transeuntes.
Mas hoje vens de mão dada comigo, neste barquinho imaginário de papel feito pela minha ilusão mágica para este momento de ledice. Conto histórias carregadas de poemas, solto vozes de melodias com aromas como se fossem juras de promessas do cupido.
Vejo nos teus olhos a dança do fogo com asas, impulsos lançados pelo teu coração, por isso não serei o ali-babá dos teus sonhos.
Brotas perfume feito de tâmaras doces, os teus lábios mordidos parecem fatias do céu e o corpo uma lareira acesa para erotismos dançantes.
No nosso redor os palácios de fantasia são rasgados pelo homem do violino e cujos sons são pozinhos mágicos no entrelaçar do amor.
Sentados no banco de jardim a musicalidade faz fervilhar o nosso sangue e somos transportados para redemoinhos de espíritos como se o assento tivesse rodas.
Coincidências momentâneas com a tua doçura de anjo a receber o anel de rubi enquanto soletro canções que morrerei por ti.
Ementas quentes para bebermos num brinde o copo de vinho, abençoado pelos pombos que esvoaçam em redor da fortaleza. 
As nossas palavras e os nossos olhares são intensos e tocam a vida um do outro, naquilo que já vivemos juntos. Em cada cantinho dos teus lábios estão a marca dos nossos ósculos e em cada meu pestanejar os carinhos recebidos por ti.
O nosso beijo é longo e profundo na simplicidade de ementas que serão quentes com certeza, na sonância das quimeras do violino.

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