Mascarados no deboche…

Mascarados no deboche…

Possuída pelo encantamento nem percebes as vezes que a palavra é libertada pela tua doce boca e que na maioria das vezes disfarço nas encenações que produzes.
Sempre sentiste o enlevo e a atração em respirares os ares interiores de um motel.
Para ti sempre foi um fascínio na forma como olhas o edifício quando passas perto dele, a forma enigmática como falas no vislumbrar de como será por dentro.
Tens em ti a cobiça contagiante de encarnar numa personagem ardente no fervor dos suspiros, de sentires a emocionada destreza daquilo que para ti é um teatro da depravação.
Várias vezes te vi às escondidas na emoção das imagens na internet, tentares entender os labirintos desconhecidos, mas sempre na tua vergonha dos julgamentos te coíbes no atrevimento.
Percebo e entendo toda essa tua vontade de desmitificar, de poderes degustar os odores luxuosos do erotismo, de deitares teu belo corpo numa cama mergulhada já várias vezes pelos corpos cravejados de sexo selvagem. Molhares teu corpo no borbulhar do jacúzi onde as promiscuidades sexuais são intensas, tudo é convidativo dentro da tua imaginação.
Quero presentear-te na surpresa do teu mundo mágico ininteligível, surpreender teus ínfimos sentidos sem preconceitos pudicos e delicadamente penetrar toda a tua alma com a sexualidade obscena.
Saímos de carro normalmente, mas com a gentiliza dos teus olhos vendados e avisada do passeio vertiginoso e contagiante que irias testemunhar. Perguntas várias vezes os porquês, reiteras as dúvidas que envolvem teu pensamento. Sinto no tremelicar de tua respiração a forma como tentas dosear a ansiedade, mas rapidamente tuas inseguranças são dissipadas.
Na garagem privada retiro o lenço que encobre teus lindos olhos e abro a porta da contemplação.  Incorporas os aromas pervertidos, as músicas românticas que vagueiam por cada canto, as luzes semicerradas de mil cores e o som da água a borbotar misturado com os hoooo’s indecorosos do canal hot da tv.
Agarras meu corpo num arrebatador beijo pervertido, num aperto tremulo de desejos e pedes para arrombar de forma burlesca tua consciência.
Despidos de moralidades, mas vestidos em forças anímicas da superação, faço do teu corpo a minha tela nas pinturas abstratas da língua salivada. Libertamos grunhidos cruzados com os dedos das mãos em poses escancaradas, gemidos interlaçados nas imploradas palmadas nas nádegas arrebitadas. A subtileza foliada de tua boca na bênção do nobre membro é compensada pela bravura incessante da boca nos lábios vaginais que inundam a suite das hormonas divinas.
As palavras viscosas soletradas nos suplícios de mais e mais e os suores perdidos na mistura dos poros incendiados em chamas carnais, bifurcam em estocadas lacerantes de nossas cópulas.
Sem controlo dos frenéticos movimentos, tresloucados na fúria carnal, rasgamos todos os nossos pactos de pudor e assinamos a mistificação do sexo sem limites. Do empenho desmedido entramos num desmaio de olhos revirados de prazeres, de tremuras arrepiantes dos orgasmos arrancados vezes sem conta.
É de olhos fechados e no conforto aconchegante da água borbulhosa do jacúzi que retemperamos as forças e que sentimos acalmia restabelecida para mais uma insaciável batalha gladiadora.

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