Reflexões da distância...

Reflexões da distância...

Sinto dentro de mim uma licença aberta para a introspeção nesta janela digital, pelos rodopios aleatórios das sensações emocionais.
Impávido e sereno é esse o espelho do decurso de mais um dia da minha vida, mas trago sempre em mim raciocínios ocultos, que remexem a vontade de libertar espíritos.
Reinas nos alojamentos dos meus pensamentos, és a deusa deste presépio encantado, a rainha da sensualidade e invades os meus sentidos quando depositas nos meus pulmões o teu perfume.
Esse é o ar que respiro e que alimenta esta fome de viver apaixonado por ti.
A noite cai, no trago de uma bebida alcoólica, no frêmito das músicas românticas, iluminadas nas velas aromatizadas com fragâncias de nostalgia.
A caneta desliza entre os dedos de pele suave, sensações formigantes nas páginas com vida em cada linha que escrevo, com este ego aberto dos pandemónios dos vícios hormonais.
Sinto a distância entre nós, não pelos quilómetros, mas pela virtualidade do momento, por isso aqui estou nesta sensibilidade expressiva.
Vontades únicas, de paródias idiotas, de cruzar os teus suspiros, de ansiedades que sonhamos, com energias sem limites pelas conversas sem controlo.
Olho o sofá no canto da sala, vazio dos nossos prazeres, sem a chuva de beijos, um retrato fiel do exilio da nossa fábrica de carinhos nas palavras e toques de amor.
A caneta não pára e escreve coincidências inacreditáveis daquilo que minha alma grita, símbolos românticos sem limites, propostas atrevidas, narrativas de gritos nos silêncios, mas que deixam a minha boca seca.
Ao longe batem os sinos e invadem os tímpanos, como se fossem ondas do mar a engolir castelos de areia no paraíso de crianças.
Nesta viagem de ruminações, na caneta e no papel, não paguei as portagens, mas também não sei se já cheguei.
As emoções perguntam: Já chegamos?
Mesmo sentindo a sarna de beijos, o pilotar do teu corpo, os vapores a libertar sonhos em ti, eu sei a resposta.
Não cheguei fisicamente, mas sei que entrei nos juízos que te fazem sonhar, no rubor dos calafrios ardentes do teu coração, pelo transladar das reflexões das distâncias.

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