Sinto-me carente, num enredo de memórias, sei que sou feito de carne e de emoções e vivo para te amar. Talvez seja um artesão de metáforas, mas quando estamos juntos, sonhamos prazeres em catadupa, até os arrepios desabrocharem em orgasmos.

É neste turbilhão de felicidade, com arrepiamentos e urticária na pele que viemos de mão dada até ao parque, como se fossemos dois duendes da floresta. Neste circuito pedonal, ouvimos ao longe os sinos arrebate com as nossas conversas silenciosas ao coração. Cada piscar de olhos é como abrirmos as gavetas das emoções, até sentirmos o fervilhar das almas apaixonadas.

Trazes as asas das borboletas, eu, as palavras sábias da paixão, também trouxemos o carrinho de mão carregado de beijos e neste cenário idílico, vemos o sol a espreitar entre as nuvens abertas. No bolso trago os pincéis mágicos para pintar a paisagem em tons abstratos e transformar o outono numa pintura de sentimentos. Somos luz no meio das sombras, com as folhas a caírem como se fossem acenos do pote de mel para adoçar a liberdade dos nossos corações se amarem.

No teu jeito insinuante, com os lábios caramelizados, abres as portas para bebermos a dois pelo cálice divino da felicidade.

Pisamos uma terra com vida, cheio de folhas amarelas e alaranjadas, que levamos sempre algumas para a nossa garagem das recordações.

O baloiço dos sonhos está livre, parece que esperava por nós, porventura gosta de bolinar os nossos corpos para o menu das carícias.

Lado a lado, com os olhos a brilhar, até nos encontros na obscuridade, somos intensamente românticos, não como devoradores da carne, mas como o alimento da alma um do outro.

Num mundo cada vez mais digital, nunca deixamos de ser humanos e comungarmos mutuamente o “glamour” que nos une.

A teu lado sou o poeta dos mil encantos, tu a rainha das flores perfumadas, a sereia escorregadia nos abraços e juntos somos a máquina dos gemidos na cama.

Até no baloiçar da vida, podemos e devemos ser felizes, com os corações apaixonados interligados a respirar o amor.

 
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