Ressaca de emoções...
11 de Janeiro, 2019
Ainda borbulha no ar as efervescências festivas e muitos dos corpos ainda cambaleiam pelos sintomas do álcool. Outros seguram-se aos pares nos beijos molhados com a tinta dos carimbos nos lábios.
Aos poucos a praça parece um peteiro vazio e nós dois sentimos a paz ardente das tempestades guardadas e com desejo de as soltar no ninho de emoções.
De mãos dadas na simplicidade da vontade alienada, regressamos a casa como se deslizássemos num caminho de cera escorregadia.
Teu rabo apertado na saia justa e curta, teu corpo descarrilhado são falas ao meu desejo e ao teu tesão desejado.
Chegamos, e nos compulsos preliminares varremos as línguas numa intimidade curada logo na cozinha. As bocas húmidas com bafos alcoólicos carregam as línguas para lutas sequiosas no desejo renascido de amar.
Meus dedos trateadores saltitam em toda a tua pele maquilhada, enquanto dou lambidelas nos pés descalços.
Rasgas a minha camisa brilhante e remexes o cabelo como se fossem sinais plantados de cheiro a sexo.
Pego em ti ao colo e numa pressão sufocante sento-te na pedra mármore gelada.
Soltas arrepios mergulhados no teu riso catita e faço do teu corpo a muleta para segurar o meu ainda pesado da noite festiva. Cada risada nossa são chavões de palavras que incentivam aos carinhos excitantes. Teus mamilos eretos são esfarfalhados pela ponta da língua e tua colmeia melada pelos dedos invasores.
Carregamos as vontades loucas de possuir o corpo do parceiro, como se fossemos facas enlouquecidas pelo cortar da carne.
Tens corpo de violino e debruço o meu sobre o teu como se fosse tocar corda por corda na musicalidade da tua beleza.
Pedes para penetrar tua escrava de regozijos e apenas obedeço.
Remexo meu corpo e mergulho no teu cantinho do amor, enquanto a luzerna da cozinha ressurge como se fosse um sol ofuscante.
Nossos movimentos criam silhuetas de mistérios na sombra, mas muitas intensidades são libertadas até de madrugada no delito da ressaca de emoções.
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