Sonhas acordada...

Sonhas acordada...

És uma criatura doce de olhar angelical, uma mulher sensível, uma menina possuída por tufões internos que sopram as tuas inseguranças. Tens nas memórias uma lista enorme de amores, mas consumidas apenas pelos prazeres carnais dos homens e que deixaram feridas abertas no coração.
És mulher para amar e seres amada, talvez por isso as tuas primaveras amorosas andem mascaradas em tons cinzentos e sem o perfume adocicado da tua essência.
Sempre foste sonhadora, com estados febris na alma, por isso tens o corpo constantemente em ebulição, com bichinhos carentes na vontade de voltar a rabear em adrenalinas, alimentada pela força tenebrosa do ego.
Por isso ficas a imaginar o meu planeta, tentas ouvir os barulhos e gemidos do prazer, desejas ver esta fábrica de seduções a cultivar sementeiras de corações e queres viajar comigo em cima de cordeirinhos do amor.
Vives escondida na vergonha do teu mundo, com receio de dares passos e agarrares o elevador que te transportaria até mim. E, ficas a fantasiar nas emoções da tua sensibilidade feminina.
Vestes um vestido branco puro, esmeras o cabelo num penteado festivo, pintas o rosto numa maquilhagem suave, deitas-te na cama a contemplar o uivar da lua e começas a imprimir pensamentos e sentimentos no céu.
Trincas jindungo como aperitivo e deixas os arrepios neuronais invadirem o corpo e a alma.
O olhar entra em transe, as pontas aveludadas dos dedos transmutam em tochas ardentes que ateiam gasolina nas carícias mais profundas.
Idealizas imaginações como sou, como é o corpo, o rosto, as sensações de como serão os meus beijos, os abraços e a impetuosidade das labaredas deste dragão na intimidade.
Deixas cada vez mais o íntimo cavalgar neste sonho acordado, sentes os desejos a ferver na caldeira das veias e soltas as rédeas do coração até ele galopar faminto na ânsia de ser domado por mim.
Inquieta, os calafrios do prazer arranham a pele, as faíscas cerebrais rasgam a carne, coças arduamente as comichões entre as pernas, os mamilos fumegam perversões frenéticas e os sinos do clitóris começam a tocar a rebate.
As tuas mãos deliciam o latejar da vagina, como se fosse a minha língua suculenta a varrer o suco do teu odor e a triturar orgasmos. Sentes no teu imaginário a minha presença física a pincelar o teu peito pelos beijos de saliva melosa, a química do meu olhar intenso numa empatia imparável, que consome as tuas inseguranças da timidez.
Extasiada, suada e ofegante pelas tremuras incessantes na libertação da libido, entras num sono adormecido, sem trancas no coração, com silêncios da alma amada pela tua ousadia em invadires com palavras de esperança este planeta azul.
Não sei se ainda sonhas a dormir ou acordada, mas deixei um bilhete escrito com tinta mágica dourada no teu quarto: Abri os portões, entra sem receios e sem pudores, espero por ti❤️...

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