Simplesmente, desabafos...

Simplesmente, desabafos...

Sempre amei o mar, passear descalço na areia, com as ondas a esvaecerem até perto de mim.
Hoje trouxe o meu cão, não o real, porque esse já não existe, pois, o Max morreu, faz tempo, mas precisava de o trazer comigo, nas minhas memórias.
Vocês não o vêm, mas eu sinto a alma dele, o cheiro, a companhia, a sua alegria com a minha presença. As sombras, as lembranças, estão aqui a meu lado, o Rottweiler, o grande fiel amigo que continuará a escutar os meus desabafos e sem nunca cobrar nada, nem criticar.
A vida é amor…
Gosto de ver no espelho d’água, as minhas fortes emoções, nelas consigo ver os cardápios de rascunhos das asas da alma.
Corro contra o vento, tento acompanhar o voo das gaivotas, respiro fundo e inalo os aromas da encruzilhada da vida. Não tem sido fácil, o destino é um jogo de xadrez, por vezes doloroso, onde não existe complacência com os peões, mas macacos me mordam, senão irei viver muitas loucuras de amor.
Preciso que os meus desabafos sejam escutados num infinito presente, mesmo sentindo que vivo numa sociedade construída por novos ignóbeis e isso geralmente produz líderes fracos, que farão dos seus fortes exércitos, uns derrotados.
Não tenho o dom de mudar a humanidade, por isso digo com toda a franqueza, que não sou vendedor de ilusões, nem consigo meter elefantes no bolso.
Se os espelhos tivessem o dom de falar, muitas vergonhas se veriam refletidas neles, mesmo sabendo que os energúmenos nunca corariam.
Sei que nada será como dantes, o mundo gira 360 graus e quando dá a volta, já não regressa igual.
Sempre houve lugares sombrios, com os filhos do diabo escondidos nas catacumbas húmidas à espreita do beijo da morte. Eles, são corpos que não respiram, nem conseguem ter olhos de água, com lágrimas da comoção. Emitem sons estranhos para o chamamento dos espíritos e alimentam-se dos abutres.
Já suo, só de pensar na podridão oculta, prefiro sentir os pelos da pele a eriçar com os ânimos dos novos sonhos.
Os dias decorrem, tento reinventar-me, sem ingestão de qualquer veneno dos extremistas e nos momentos mais desesperantes, puxo a espada do ego destemido e luto contra as invejas demagogas.
Podem ser crianças, jovens ou velhos, a dor, a solidão, a tristeza não escolhe idades, o que conta é a força da mente, a resignação do espírito, por isso sempre fui amante das loucuras de adolescentes.
O Max, não está fisicamente, mas tenho a certeza de que uma estrela o tem bem guardado junto delas e que ele fareja o meu odor e entende o que é, simplesmente, desabafos.
 
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