Simplesmente preciso…

Simplesmente preciso…

O coração nem sempre tem a cor das primaveras. A alma por vezes sente as sensibilidades torturadas. O corpo desfalece nas motivações perdidas da lucidez. Os sentimentos são varridos por tempestades de flores sem cor e envelhecidas. As realidades dissipadas de letargias pelos cenários exigentes. Os mares sem ondas esbarram nas praias sem areia. Os santuários vazios dos santos adorados pela fé. Quotidianos mergulhados em desafios de incertezas cravados nas pressões do psicológico. As chuvas são lagrimas geladas que desequilibram o racional. Os perfis que rodeiam são hienas carnívoras vorazes de zombarias. As adversidades são sombras de montanhas monstruosas. Cada toque, cada soluço, cada espirro são comoventes choros de transtornos. A escuridão do dia fere as cicatrizes da pele e a luz das noites entusiasma às insónias. O som tic tac dos ponteiros do relógio são martelos excessivos da paz de espírito. Os sonhos não conseguem escalar nas escadas sem degraus. Os desejos são trapezistas feridos nas instabilidades da balança.
Quero viajar na leveza da alma. Descomprimir nas ondas dos deuses da estima pela alegria. Descodificar tristezas para brindar entusiasmos nos mares de rosas. Consolidar sobriedades nas fragâncias de festivais de sentimentos. Tenho de ser o protagonista persistente no comungar do corpo. Ressuscitar convicções que cultivem o amor próprio. Ver o espelho emoldurado nas vaidades essenciais da felicidade. O clima focado no esforço do talento da força dos ventos tropicais. Ser o mentor renascido dos prenúncios de vida. Pronunciar ao mundo os romances das poesias do amor livre. Voar nas asas da cegonha e sentir o conforto das certezas. Ser cavalheiro na pintura das estrelas e desenhar cenários de figurinos livres dos mitos aprisionados. Apoderar as loucuras dos sonhos e beber os cálices da tranquilidade. Reviver as paixões do criador das alegrias e captar os sorrisos do passado. Tenho de fazer o funeral da exaustão penosa porque simplesmente preciso.

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