Sonho de emoções...

Sonho de emoções...

O coração sente palpitações, a alma cristalina ambiciona iluminar os recantos negros e o corpo deseja ser consumido pelas chamas flamejantes do fogo da tentação.
Tens vivido indecisa nesta viagem da paixão, amarrada apenas aos momentos gélidos, mas sentes que dentro de ti ainda existe o calor de uma mulher ardente.
És como uma borboleta com as cores a esbaterem-se ao sol, com o perfume a desvanecer num odor bafio e, portanto, pretendes rasgar do ego o dicionário da soledade.
Chegas tarde a casa, o dia foi duro, o trabalho cansativo e retemperas energias num duche revigorante. Com a água a bater, a escorrer pela pele sensível, sentes o vazio da imaginação a ser preenchido pelos desígnios da emotividade. Nunca deixaste de ser essa mulher doce, sonhadora e sabes que as vibrações corporais são o alimento dos sentidos femininos.
Após o banho, mais animada, perfilhas um novo fulgor no colchão macio, onde seminua, com uma cuequinha reduzida, recolhes-te no leito, escorregando a pele acetinada em abraços entrelaçados nos lençóis de seda. É o teu momento de solidão, de reflexão, que acompanhada pelos pensamentos românticos, deixas-te divagar na ilusão do glamour e na ânsia da minha companhia.
Em busca do encontro inesperado, os desejos seguem as pegadas do imaginário, como se viajasses numa escada escorregadia em busca de mim. Neste nevoeiro de vibrações, hesitante ainda tentas cavar trincheiras, mas a agitação das hormonas, convencem-te a deixares de desenhar no quarto, fronteiras com arame farpado.
Com a cama a dançar num mar revolto, surge um arco-íris no teto, uma luz intensa que entra pela fresta da janela e sentes o enlaçar forte do corpo pelas minhas mãos.
Os beijos, as carícias, os toques de malícia traçam riscos de arrepios nas epidermes, os gemidos envolvem-se numa simbiose de danças eróticas e os corações ficam a pular no trampolim do cupido. Ofegantes, transpirados, espalhamos o combustível da excitação através do suor dos poros e abrimos as portas aos delírios. Sem medo do desconhecido da magia ilusória e como dois danados a matar carências afetivas, começamos a escrever com a saliva das línguas, um romance num livro poético.
Precisavas de rabiscar penitências com a santificação dos sentimentos e acabar com o barulho silencioso da solidão.  
Nesta irreverência de anseios, entras numa espiral de puro erotismo, onde a intimidade é abençoada pela minha, através da dança tântrica dos sexos.
Acordas sobressaltada, com um sorriso aberto de felicidade, ainda duvidas da sensação entre a realidade ou a virtualidade, mas sentes a epiderme molhada pelos inconscientes orgasmos e percebes o magnetismo do sonho de emoções.

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