Sonhos de menina…

Sonhos de menina…

É apenas uma parte do rascunho do tempo, mesmo nos corações amados e escreves todas as memórias em tatuagens na alma.
Os beijos eram de amor e agora também tem a dor das lágrimas. Normal, a estrada da vida tem uma velocidade cruel, deixam rugas entranhadas pelas amarguras do tempo.
Cantavas sonhos na tua candidez de menina, contavas as estrelas no céu, corrias descalça na areia fina e molhada do mar. Gritavas sorrisos ao vento, sentias o corpo ser uma fábrica de carinhos pelos outros e para ti tudo que vias tinha asas que voavam em liberdade sem fim.
E voavas, voavas nas tuas asas imaginárias, que davam a felicidade de criança angelical e que ainda acreditava no Pai Natal.
O mundo para ti, era algo perfeito, eram flores nas nuvens, eram poemas cantados pelos pássaros, eram cordeirinhos sagrados nos prados verdejantes, eram baloiços que te levavam às fantasias de encantar.
Eram, pois, eram…
Cresceste e foste sentindo novos juízos do silêncio, a fome no pote dos sentimentos de um mundo que passou a ser limitado na sua magia.
Hoje, na tua maturidade saudável, na tua lucidez de mulher vivida, vês que até os ninhos de andorinha foram destruídos e que este planeta terra está sujo com muitas mãos de sangue.
Conheces muitas novas palavras neste teu dicionário que é feita de vida:
Falsidade, ingratidão, inveja, cobardia, malvadez, mentira…
Tudo subornos de felicidades, cobardias imprevisíveis, pobrezas de espírito, silêncios de solidão e sentes que o tempo é inimigo do teu tempo de criança.
Vives, mas aprisionada dos sonhos com os anjos perdidos no teu redor, mas a clareza da tua consciência tem a sabedoria e a noção desta vida vazia.
Sempre foste uma mulher resiliente, uma batalhadora sem limites das tuas fortes convicções e sabes que não podes agarrar-te a pedaços do nada e que não basta destruir as saudades.
É no espelho do teu quarto, que todos os dias vês os reflexos da coragem da alma, que soltas os medos que existem dentro de ti, que metes a solidão dos pensamentos negativos na gaiola e libertas o teu coração como um pássaro feliz.
Não vives do passado, porque montaste nas emoções e vibrações do futuro e andas a galope.
A tua sensibilidade feminina faz arrepiar até os mais sensíveis dos homens, que aos teus pés se ajoelham rendidos por aquilo que tu verdadeiramente és: um belo ser Mulher.
Já não tens os dons fantasiosos e puros de criança, mas és graciosa, divina, deusa e mãe feliz que vê a felicidade dos filhos a baloiçar nos teus sonhos de menina.   

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