Telefonia de fetiches obscenos...
Existem temas, argumentos, decisões e mesmo atribuições de inventos que por vezes geram controvérsias.
Umas derivados dos pontos de vista outras puramente por teimosias do próprio mundo controverso, como é o caso do simples aparelho mas revolucionário na época, o telefone.
Indiferente se o inventor era britânico ou italiano, sei que temos nas nossas mãos um aparelho que nos permite transmitir informações através da fala e audição.
Hoje bem mais sofisticados, mais utilizados e manuseados na crescente massificação das sociedades, com cores e designers diversos e fascínios diferentes.
Mas nada como transformar a energia acústica em energia elétrica que discando uns números temos do outro lado o recetor representado pela sua própria voz.
E quando sou o recetor, das misteriosas confissões inconfidentes, intrigantes no desígnio do oculto, sinto a tua respiração profunda, o tom de voz feminina que resolve brindar com a tua rebeldia, sempre ávida em criar desejos intensos no pular da cerca da excitação.
Discas meu numero, Identificas-te conforme o momento, assaltada e possuída pelo diabo entranhado no corpo, com palavras fervorosas deixas-me colado nas tuas histórias sexuais ferozes.
Confesso que gosto da indigna experiência que tira o discernimento do momento, onde neste jogo misterioso da sedução, que transporta para o espírito do maleficio, do obsceno e do indigno.
Mas tu, com severa firmeza argilosa, gostas da tua máscara escondida por detrás de uns simples cabos ou linhas transportadoras do bálsamo para o descontrolado fervor da sensualidade, do erotismo ou do sexo febril.
As palavras, o timbre de voz são o portfólio da máscara trajada para mais uma jogada de propostas idílicas, umas vezes de deusa do prazer, de viúva negra a amante selvagem, mas que infringes em mim o prazer da punição física e psicológica sem misericórdia e compaixão.
Engolido pelo fascínio do desconhecido e pela imunidade da inocência fico aprisionado pelo inflame mas sempre saboroso ritmo pulsante do meu pénis.
Dos gritos estridentes aos luminosos gemidos deixas meu corpo estarrecido e congelado no sofá estirado, saboreando o exacerbado fascínio segundo a segundo.
Calado, apenas ouvinte no tempo inesgotável de prazer, com o corpo efervescente e ardente, resta-me apenas a osmose do massajar do meu sexo com as pervertidas histórias descritas da fornicação contadas por ti.
Persistente na incentivação das tuas proezas sexuais, denuncias desafios e posições que nos levam à lucidez da energia intensa do momento separado apenas pela telefonia.
Descreves cada momento e pormenor conforme a máscara do fetiche obsceno que encarnas, ouço e fico excitado e descontrolado, com minha mandíbula feroz no desejo de devorar e saciar tudo que confidências.
No silêncio do ouvinte, estilhaças o som do teu poderoso orgasmo, a rebentação do prazer divino que alcanças, trespassado pelo solitário mas intensos esguichos lácteos libertados do pénis esganado pela mão.
Sem antes desligares, dizes como sempre com palavras grosseiras mas de forma triunfal: até breve meu escravo condenado desta tua puta vestida de santinha.
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