Violências sem perdão…

Violências sem perdão…

Sabemos carregar nas teclas tecnológicas e sabemos sentir os prazeres em cada “enter” que procuramos.
Sabemos viajar de forma alucinante nas virtualidades de imaginários fantásticos.
Sabemos construir majestosas pontes de amizades entre os povos de dialetos diferenciados.
Somos capazes de ser pacientes e tolerantes nas mais obtusas ambiguidades do insignificante.
Somos capazes de lutar pelos ideais em fusões de euforias convictas coletivas.
Sabemos e somos a geração mais evoluída da história da humanidade.
Mas será que sabemos o que somos ou somos o que sabemos?
Em cada palavra, em cada gesto, em cada determinação devemos não fazer trocadilhos de evidências, mas sim reflexões profundas e denunciar. 
Nenhum ser humano deve aceitar a imposição, a arrogância, a dominação pela força ou psicológica.
Cada ser é um ser, cada alma uma alma, cada sentimento um sentimento.
E tu mulher deverias carregar os troféus dos afetos, as vitórias dos corações amados, viveres nos paraísos das paixões, onde o teu corpo seria sempre um presépio e seres simplesmente mulher.
Mas sofres com os pensamentos ruidosos, dos roncares dos broncos.
Tens o corpo tatuado com as nódoas negras pelos horrores dos homens das cavernas.
Os teus neurónios fumegam medos até do simples bater das asas das moscas.
A tua face deveria ser o esplendor das virgens do céu, mas são rios de lágrimas soluçadas e enxaguadas pelas depressões.
Tens momentos que nem os teus filhos consegues chamar, pela voz rouca dos gritos da dor.
A luz do teu coração iluminado é apagada pelas motosserras das identidades conspurcadas dos fantoches da sociedade.
Vives entre as quatro paredes, rodeada pelos crocodilos rastejantes, que se julgam os dominadores de feras.
Os teus gritos são mascaras de dor e morte nas gritarias das saudades da felicidade.
Nem somos o que sabemos, nem sabemos o que somos.
Somos e sabemos!
Malditos os homens que toureiam os teus sentimentos!  

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