Viver a vida...
22 de Setembro, 2023
Durante as férias, deixei a solidão a chorar à porta e abraçado à euforia, aproveitei ao máximo todas as loucuras para viver sem rascunhos.
Habitualmente, sem tremeliques da timidez, tenho conversas cúmplices com o meu âmago, mesmo dos horrores escondidos no baú das profundezas dos pensamentos.
Tudo que escrevo são palavras que a alma transmite em função do estado de espírito, mas hoje que regressei, decidi inverter e deixar os silêncios do juízo falarem à alma. Ela, precisa de reflexões, sobre algo mais sagrado em cada ser vivo, a vida.
A vida é um dom oferecido por Deus e que por caminhos mais ou menos tortuosos, ou destinos afortunados, cada um de nós é um peão num jogo de xadrez universal. Apenas gosto de falar da minha, que enquanto criança fui feliz, como adolescente, um louco por excitações e agora mais ponderado, um poeta sonhador. Amo desenhar sorrisos de esperança dentro dos corações, como um crente na harmonia dos povos abraçados pela felicidade comum.
Nos momentos de fraqueza, sinto que este mundo encantado, este Planeta Azul da amizade, são utopias criadas pela ilusão da minha bondade e que ao caminhar nos labirintos misteriosos procuro a paixão. Infelizmente é um mundo desigual, onde muitos, com sobrevivências suadas de dor, anseiam comer um pedaço de pão e que infelizmente mergulham nas lágrimas da miséria dos ordenados de pobres. Outros, viajam constantemente no passeio dos alegres, agarrados à ganância como se os milhões de euros fossem euforias de bilhetes premiados da lotaria.
Aproveito segundo a segundo o dom da vida, absorvo tudo ao mais ínfimo pormenor. É estar num jantar romântico e sentir que estou numa viagem à lua. É voar num asa delta e sentir o vento da adrenalina a bater. Os prazeres alimentam os excitantes instantes e fazem deslizar com pezinhos de dança as maluquices em cadências desenfreadas. Todos os dias quebro tabus das ideias fixas, porque amo viver, sou em eterno apaixonado pela vida e quero manter esta mente aberta e jovial.
Ela (vida), dizem que são três dias e que dois já passaram e como também é única, enquanto brindo no tilintar dos copos, canto gentilezas até para os desmancha prazeres (que também existem). Não tenho nem nunca fiz inimigos e, portanto, não sei se quando morrer vou para o céu, para o paraíso ou para o inferno. No céu baterei asas e voarei ao lado dos anjos, no paraíso plantarei cruzes feitas em flores perfumadas para os mártires e no inferno irei sem dúvida atazanar o diabo.
Não sei se vou morrer de pé, mas irei com certeza morrer sufocado por beijos de amor, mas antes que esse momento chegue estou a viver a vida e tu?
Respeita os direitos de autor.
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