Quarentena...

Quarentena...

Os sonhos estão confinados a espaços reservados.
Comovido sinto a tua presença invisível a meu lado.
Corro na tua direção e abraço com estrondo o vazio.
A tua doce nudez evasiva escorrega entre os dedos.
Nas tuas palavras, escuto a mudez do lindo sorriso.
Consumido pelos beijos na solidão dos teus lábios.
As línguas tateiam salivas encardidas de ansiedade.
Escondidos iniciamos pecados atrevidos proibidos.
Acaricio e toco cada pormenor silencioso do corpo.
O perfume ardente evapora pelos rubores da pele.
Sinto os suores húmidos no isolamento dos poros.
Loucos fechados degusto o sabor dos teus seios.
As vibrações estremecem no eco das duas almas.
Os corações batem forte excitados na tua surdez.
Os arrepios ávidos de ti, gritam desejos em privado.
Formigamos tesões coibidas na loucura do medo.
Sacio prazeres com cio no clitóris em quarentena.
Soltamos as libidos desinfetadas pelos orgasmos.
Abençoados na felicidade e infetados pelo amor.

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