Amor sem idade...
01 de Fevereiro, 2019
“Civilizações humanas marcam as linhas do tempo com histórias vividas. Os tronos reinam na glória dos guerreiros que perfilam nas trincheiras das batalhas. As barreiras marcadas pelos traços dos arames farpados delimitam territórios. Os universos são iluminados pelos buracos negros da sabedoria. Os dinossauros caíram na morte da extinção. Tudo nasce, vive, sobrevive e morre. Uns reproduzem-se na germinação, outros nas invenções humanas. Castelos, palácios, edifícios arquitetónicos de sonhos fundem-se nos tempos. Os mares são hoje todos navegados na sua superfície, deixando as profundezas na escuridão”.
São palavras soltas no divagar da tua noite, nos cantinhos das reflexões de memórias perdidas.
Sabedoria do tempo e experiência pelo calo da vida.
Anotações soltas do tempo passado, nas meninices da gloria e nas bravuras de rua.
Tudo não passa de pensamentos e palavras que bates sozinho como se tivessem aromas afrodisíacos, ou fossem arte de melodias cantadas.
A idade trás destes calores vibratórios ao cérebro. As magias das sensibilidades nos blocos de notas que fazem viver na esperança e que servem de acordos manuscritos tatuados na alma.
Tentas camuflar fantasias nas luzernas arrepiantes dos candeeiros fundidos.
Sabes que semeaste, cultivaste e colheste a vida toda na lavoura com sorrisos de alegria.
Perdido nos sonhos da adolescência, mas apenas nos pensamentos com asas.
Tens momentos de súbitas loucuras nas emoções dos silêncios da noite e até os ninhos de andorinha são felicidades voadoras.
Mas tudo que te rodeia, tudo que fermenta dentro de ti, não deixa de fazer de ti um companheiro sofredor. Mas mesmo assim em cada segundo no teu olhar florescem intensidades de sonhos, na tua fidelidade eterna.
Olhas para ela e vês a beleza interior da pele, mas beijas as rugas exteriores.
Em cada beijo sentes os eclipses solares, os formigueiros dos desejos, mas também as lágrimas na dor caídas no fundo do poço.
Ela sempre foi a orquestra nas tuas acendalhas da paixão, os poemas do teu coração que deixou sempre teu corpo cravado de carimbos de afetos.
Foi com ela que trocaste os beijos de língua que falavam a linguagem dos anjos, que sentiste o encanto no pestanejar das declarações de sentimentos profundos.
Hoje, está doente, não te reconhece, perdeu a memória, a linguagem e caiu profundamente no sofrimento da agnosia.
Mas mesmo assim, cada momento ao lado dela é para ti o lugar do prazer, a ternura da compaixão pela mulher que sempre te deu tudo por amor.
E, tu continuas apaixonado e a amas profundamente…
Respeite os direitos de autor.
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