Desconexão humana...
11 de Novembro, 2024
Acordei com um humor de cão, há dias turbulentos e quando me sinto assim, ponho a caneta na mão, transcrevo retalhos da vida e pensamentos transparentes.
Não vou escrever liturgias bíblicas, nem cantar profecias no deserto, pois não sou um vendedor marroquino, mas um poeta extremamente sensível.
Embora tenha alguma ferrugem nas articulações, sei que não vivo no tempo dos relógios analógicos, nem no tempo em que fomos (portugueses) conquistadores dos mares e as viagens ao espaço já se iniciaram há décadas.
Hoje vivemos novos tempos desafiantes, com a IA (inteligência artificial) a criar humanoides, são frios, sem coração e reagem apenas por algoritmos, portanto devemos acordar rapidamente para a realidade.
Tudo gira a uma velocidade alucinante, com novas vozes impregnadas de ruídos ensurdecedores, de falinhas mansas aos ouvidos e que depois cegos pela soberba, matam a felicidade alheia sem misericórdia.
Todos os anos nas universidades fabricam-se novas estrelas, carregadas de literacia, mas deficitárias em educação e respeito. São memórias suicidas, criadas pelas forças vivas poderosas e aproveitadas pelos extremismos que se agigantam diariamente, numa sociedade em que cada vez menos o ser humano tem capacidade para ouvir o seu semelhante.
Gostava de viajar ao passado, parecia que tudo era eterno, que as relações humanas eram alicerçadas pela candidez do coração e pelos gestos de bondade.
Atualmente, não faltam virgens ofendidas à menor coisa, não passam de amantes clandestinos da falsidade e para eles uso pimenta na língua. Desafio-me todos os dias para ser melhor, não sou o dono do mundo, embora sinta que ele está a tornar-se pequeno para os meus sonhos e cheio de jardins de espantalhos.
Realidade ou ficção?
Quando o ser humano não reage com o coração, com a alma, mas por impulsos de ódios maldosos, o futuro da humanidade, vai com certeza afundar-se pela desconexão humana.
Respeita os direitos de autor.
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