Devaneios sexuais...

Devaneios sexuais...

Nem sempre os poetas escrevem poemas de amor, tem momentos que sentem o coração na boca e desejam escrever poesias indignas. Quem as lê pode pensar que o poeta é um depravado, que usa palavrões contaminados para idolatrar a beleza feminina, mas a força das palavras através da leitura, ficam a germinar provocações de adolescentes na mente.
Não és imune às sensações produzidas no íntimo, mesmo sendo uma mulher de uma santidade divina, cândida e pura. Nos teus silêncios apaixonados, existem segredos húmidos, gemidos cúmplices em lume brando e gostas de sentir despertar o misto de emoções, que inflamam as acendalhas do pecado e alimenta o ego de paixões. Nos pensamentos ocultos, mesmo com o anjo a espreitar sobre a cabeceira da cama, mendigas ousadias ao diabo, tens o desejo de tornar-te escrava nos lençóis, de ser profanada nas entranhas e domada por machos selvagens até bagunçares o inferno.
Os poetas podem ser uns sacanas pervertidos ou simplesmente uns semeadores de colmeias de afetos, depende sempre de quem lê e como interpreta as conversas mais desafiantes.
Tu, és uma mescla de labaredas, tens em ti, lava escondida que corre nas veias, fantasias rebeldes que formigam na mente submissa, tudo sensações vulcânicas que não controlas e deixam a consciência em chamas. Falas enquanto dormes, os sonhos são turbulentos, tudo ânsias de carícias ímpias, de arrepios nos lábios, de soluços ofegantes no corpo endiabrado até acordares com impulsos esbaforidos. Acordas, com a sensação da virgindade fictícia a ser desflorada, com os odores intensos de fêmea no cio, com a excitação vibrante do clitóris e feita uma louca incurável soltas múltiplos orgasmos descartáveis. A consciência, essa está flamejante, com o sexo sedento de profecias e submissões eróticas, como se fosses uma prisioneira de vícios sexuais na cama.
O vocábulo é do poeta, como um puto endiabrado que gosta de provocar, de remexer o doce veneno dos olhares fulminantes entre dois jogadores insaciáveis.
Nesta fogueira de desejos, sentes-te quente até às raízes dos cabelos, estás disposta a viver no paraíso arder e despoletas o gatilho de desafios indecentes imolada pelos devaneios sexuais.  

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