Excitante obsessão…
03 de Fevereiro, 2022
O brilho interior estava esmorecido, apenas iluminado por uma luz ténue agarrada à esperança de que a lâmpada da feminilidade nunca se apagasse.
Martelas ideias e decides recomeçar seduções, recriar conceções de delírios, sem medos nem pudores para o ego voltar a reluzir.
Sentes que tens muitas histórias para escrever, algumas com calafrios no corpo e muitos parágrafos lavrados com a água benta do clímax.
Decidida, vestes uma lingerie rendada, perfumada com a luxúria imaculada, colocas a máscara de submissa, apagas a luz e na escuridão vês, refletidas no espelho todas as sílabas eróticas escondidas. Sabes que os assédios são desnecessários, basta a habilidade nas seduções maliciosas e com um suspiro forte do coração arrombas os cadeados e os ecos de vozes que perturbam os carneiros do sono, inundam o teu quarto.
Enrolada nos lençóis, regas a cama com a boca a salivar labaredas e numa luta enérgica, simulas com desenvoltura animalesca uma dança de fogo para derreter o inferno. Estouras o cofre dos prazeres, dás início aos jogos da tentação e entras em transe numa atração sem regras. Ainda escutas as sombras a chamarem para as realidades monótonas, mas preferes viajar numa espiral de sensações incontroláveis.
No cérebro, lateja o carrinho cheio de fantasias e com o corpo a suspirar pela devassa da genitália, deslizas vertiginosamente para uma corrida sexual, enquanto a alma na sua transparência cristalina, ainda consegue escutar os ruídos do silêncio.
Cogitas ser a presa no ninho da aranha, envolta na teia, com as pálpebras a tremelicar, a arrepiar com o calor das palavras que não morrem e despertam ardências. Sôfrega, lambes o suor dos lábios vaginais impregnados nos dedos e sentes os seios violados pelo estoicismo bocal.
Corporalmente, já não ofereces resistência aos pensamentos profanos e deixaste excitar pelas palmadas marcantes nas nádegas. Pela submissão do rabo empinado, gaguejas palavras de ordem, imploras pujança ao membro tesudo, para seres congratulada com os jorros de sémen. Com os cabelos puxados a cada estocada, o olhar fixo no espelho, mendiga pelo brinquedo na satisfação anal e pelas penetrações incessantes na vulva até soltares convulsões no clitóris.
A patinar na marmelada de beijos, com toques de carinho na epiderme, lá fora os deuses exorbitam com a trovoada dos gemidos e os cisnes nadam felizes no lago dos orgasmos.
A velocidade furiosa do corpo, choca com a simbiose diabolizante dos pecados e deixas a imaginação imolada no sonho desta excitante obsessão.
Respeita os direitos de autor
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