Floresta de encantar...
28 de Novembro, 2018
Percorro a vastidão desprovido das vestes, mas envergo em mim os sentidos apurados. Sinto ainda nos pés descalços o orvalho do chão molhado e no horizonte vejo as chuvas de estrelas a serem levadas pelo vento.
De olhar longínquo nesta paisagem sem fim, imagino tesouros escondidos e consigo fantasiar redemoinhos de um mundo ilimitado. Sinto o cheiro a reencontros de destinos extraviados e as palpitações tocam meu corpo com vontade de sair do colete de forças para um conto de fadas.
O cenário abre convicções futuras e a brisa dissipa as nuvens passageiras do juízo de silêncios.
Dou um grito profundo que se funde nas distâncias teimosas de mais um capítulo deste livro de vida e bate nos ecos da esperança.
Sentado no rochedo com vista para os limites imponentes, retiro do bolso a caneta mágica e o papel feito de paixões e começo a escrever sonhos neste ecossistema de ilusões.
As áreas são imensidões de terras férteis, onde posso cultivar o amor com requinte até crescerem as raízes da consagração. Tudo em redor de mim é feito de arvores de afetos, sem cercas e com canteiros de arbustos que produzem o combustível dos fascínios.
Não quero limitar nada nem ninguém, não existem portagens e a vegetação não tem espinhos, mas é picante como as donzelas famintas. Não quero palavras queimadas, mas sim rebanhos de sorrisos. Não tem tempestades, mas zonas húmidas do clímax visionário. É uma cultura tropical em que as pragas são os anjos perdidos com bocas carentes de sede e sinais de devoção.
Não existem necrófagos, mas pensamentos ocultos que viajam nas asas das pombas brancas.
A noite é iluminada pelas folhas a esvoaçar em forma de luzes que são elixires que penetram nas fendas abertas da pele até faiscar labaredas na alma.
Cada arvore que abraço é o pentear do teu corpo de ternuras, cada fruto que brotar é o cofre de desejos e em que tu serás sempre a personificação do prazer.
Este é o império das audácias das entregas, a asfixia dos corpos pelos beijos, as reformas abruptas das tristezas, em que a chuva é o balsamo perfumado dos suores do corpo.
Em cada semente regada com lagrimas dos orgasmos, nascem as viçosas porções magicas que fazem arrepiar a pele, estremecer o sangue que corre nas veias e as arfadas de amor.
Um espaço sem delimitação, onde tudo é possível numa simbiose de carinhos, entre o homem e a mulher.
Uma fonte de vida, uma cascata de mansuetudes de sonhos onde podemos banhar as hormonas da fertilidade nos fervores pecaminosos.
Bebe a seiva do esplendor divino e estende tua mão.
Anda comigo e juntos seguiremos cada pegada desta floresta de encantar e viveremos enamorados para sempre.
Respeite os direitos de autor
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