Muitos, quando fazem a analogia entre sexo e amor, consideram que não existem diferenças. Que me desculpem os insensíveis, mas na minha sensibilidade, existe uma dicotomia bem distinta entre fazer sexo ou amor. Aliás, faço tanta distinção que até na cor da lingerie sou perfecionista. Para fazer amor gosto que a mulher use o preto e para sexo o vermelho. Para alguns, pode ser uma idiotice ou uma loucura de poeta, mas mesmo sendo um safado incurável, quando faço amor não sou apenas corpo, entrego também a alma.

Sexo, é sentido apenas pela parte corpórea, em puro prazer carnal e com a alma entregue ao diabo. Fazer amor, é ligar os sininhos dos cinco sentidos, com a transmissibilidade dos olhares, beijar com os lábios molhados pelas salivas benzidas, sentir o bater galopante do coração, até ficar com a respiração sôfrega e com olhinhos de carneirinho meio morto. No amor, o ato sexual está implícito, enquanto no sexo o amor não está presente, apenas a satisfação física e em que muitas das vezes só o homem “alivia”, ficando a mulher insatisfeita, porque não atingiu o gáudio na plenitude.

Gosto de sentir o coração algemado, de despertar os olhares maliciosos, de escutar os sussurros das palavras que sobrevoam, como se fossem músicas a lamber os tímpanos.

Não sou anjo, até porque eles não voam, só os diabinhos voam movidos pelos pecados, mas quando faço amor, entro numa viagem em que as sensações não as consigo descrever por palavras.

Amor, é um fogo que arde dentro do peito, são suores na cueca apenas pelo simples toque do desejo, é espalhar brasas em labaredas pelas células e dar corda às fantasias. Tão bom desfazer o colchão, em carícias na epiderme, com beijos a arrepiar pelo por pelo, até transbordar a exsudação pelos poros e conceber uma simbiose que transcende a sapiência humana.

Com amor, a intimidade é invadida pelo parceiro, a alma é trespassada por vibrações pungentes, os egos convertem-se em gosma pegajosa que se abraçam e não desgrudam. É ouvir as vozes com estrondo, é gritar aos silêncios do infinito e ser agraciado com os ecos a murmurarem, amo-te.

Fazer amor, é perder a bússola da razão, é pintar paredes com corações, é indescritível, é inesquecível é o que é!

Sexo são explosões físicas, amor é uma fogueira de emoções…

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