Harmonias de amor...

Harmonias de amor...

Estávamos a precisar de viajar ao centro da terra em busca do paraíso e soltarmos todas as adrenalinas aprisionadas dentro das nossas almas.
Sempre foste um fogo em lume brando, mas quando despertada pela voracidade da minha forma sedutora, transformas-te numa safada destemida. Adoro o teu lado fogoso, vulcânico, intenso, desinibido e mesmo com resquícios de timidez, que provocam rubores na face, acabas sempre por ser surpreendente, até para ti própria.
Vestimo-nos a rigor, eu apenas com uns boxers pretos e tu simplesmente descalça até ao pescoço e com olhares motivadores, cheios de ânsias em esmagar tristezas, saltamos para o ringue de boxe para rabiscar novas emoções.  
De espíritos selvagens, numa atmosfera quente, apenas iluminados pelos projetores, como se fossem uma lua cheia brilhante, transformo-me num lobisomem, a uivar à loba. Olho-te de cima a baixo, estás uma doce tentação e sem questionarmos, nem duvidarmos das dúvidas, inebriados apenas por alimentar a chama da paixão, começamos a chicotear o diabo com pecados,
Abraçados, num serpenteio da língua no pescoço, faço um ninho de arrepios atrás da orelha, enquanto te transformas numa lambedora dos testículos.
Com os corpos a ziguezaguear, descontrolados como barcos de papel à deriva nas ondas do mar, recriamos gestos de emoções em afagos de carinhos.
Tens o traseiro atrevidamente vistoso, empinado, à minha mercê, encosto-te contra as cordas e com o pénis esbaforido, desfiro golpes baixos sem misericórdia.
Esguios, entrelaçados numa luta sexóloga, sentes um fogueado na epiderme suada e contorces as pernas num deslumbramento de tesão.
O juiz fictício (árbitro), tentador, com o apito da felicidade, atiça com piropos diabólicos e comentários incendiários.
Embriagado pela loucura do desejo, impregnado pelas tuas gritarias a cada golpe íntimo, esburaco sem piedade os três buracos do prazer até arrancarmos mutuamente os cabelos, que lentamente deixamos fugir entre os dedos para serem esvoaçados ao vento.
Incontrolável, atraída pela dominação, sabes que a submissão provoca em mim um fascínio imensurável. Atiças, soltando palavras de incentivo e mesmo consciente que a dor é perversa, sabes que não dói quando os prazeres são explosões dos depósitos de orgasmos.
Ambos com labaredas a fumegar nos cérebros, soltamos gemidos que fazem estilhar os tímpanos e desvairados, encharcamos o piso do ringue com as libidos das harmonias de amor.

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