Dizem que os poetas são malucos, misteriosos ou simplesmente vivem da ilusão. Todos têm a sua própria fonte inspiradora, é como os pintores ou os escultores de arte. Cada um à sua maneira deixa-se levar pelo abstrato do seu imaginário. Eu, como vate, deixo-me envolver no fascínio e adoração pela Mulher Universal. Em cada uma, tento sentir a personificação da sua essência e a imaculada divindade. É óbvio que não são todas iguais, nem na forma física, nem na complexidade intelectual. Somos humanos e como tal diferenciados pelos mais variados motivos e genes. Algumas mulheres gostam de evidenciar-se pela exuberância do aspeto corporal, mas prefiro sentir-me atraído pela natureza da sua alma. É a alma que amo descodificar e desmistificar o perfume do seu ADN, ao ponto ficar hipnotizado pelas instigantes sensações férvidas.

Hoje fui caminhar, intercalei com corrida, uma forma de libertar as toxinas maléficas ao bem-estar físico e mental, que seguido de um duche revigorante deixou-me um passarinho livre.

Agora, relaxado, sentado na varanda dos prazeres do Planeta Azul, olho o infinito e escuto dos silêncios os chamamentos das tentações. Elas, alimentam a solidão do ego e fazem-me soltar sorrisos de felicidade, num mundo cada vez mais empobrecido pelos défices de amor.

Sou este menino encantado pelas ínfimas minúcias da vida e dou asas à imaginação, para sem fronteiras conceber prazeres emotivos.

Num átimo, como um raio de luz, surges envolta em borboletas, a irradiar magnificência com a excelsa pulcritude sedutora. Com simplicidade, coberta por um manto azul, deixas-me a respiração suspensa, o ar comprimido nos pulmões sufocados, mas não deixo a imaginação ficar algemada.  

Estáticos, ao som do rufar dos tambores do glamour, trocamos uns olhares ternurentos e a nossa linguagem corporal denuncia um deslumbramento mútuo.

Não me faço de rogado, dou uns passos até ti, que de forma tímida, com os pés descalços, decides avançar deixando um rasto aveludado.

Num misto de magnetismo, romantismo e admiração, as mãos tocam-se, são os sinais para a simbiose dum abraço apertado. Os calores das tuas mãos afagam-me as costas, o peito encostado ao meu, faz o coração bater forte, conjuntamente com o teu e no silêncio, ouvem-se os dois corações a falarem afetos entre si. Numa cinesia de impulsos, dançamos acompanhados pela energia das borboletas sobre a nossas cabeças e sussurramos aos tímpanos palavras de paixão.

O teu olhar doce e afetuoso, contrasta com a malícia do meu discernimento e deixo-me viajar no aconchego pecador.

Na tua amável candura, ficas impávida e serena, enquanto desaperto botão por botão do manto azul, que sem despudor cai no chão, deixando transbordar toda a tua formosura desnudada.

Grito aos deuses da imoralidade, que o fascínio por esta musa, incitou a minha alma a cair em tentação, pela ilusão do desejo.                                                                                                        
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