Memórias guardadas…
03 de Dezembro, 2018
O luar funde-se na noite. O contar das estrelas na minha paz interior. Sinto-me sereno como nunca neste paraíso de prazeres. Um verdadeiro cantinho de magias românticas nas prosas poéticas. A magnitude dos meus sonhos são incontroláveis que por vezes parecem fantasias magistrais. Sinto o sangue a correr nas veias como uma procissão intensa a benzer o corpo, que contrapõem o momento tranquilo que respiro.
Olho para ela e vejo a marcas do passado, o envelhecimento da própria cor e o pó que se apoderou dela.
A minha mala de recordações. Tu guardas dentro de ti tudo a preto e branco num papel magico de lembranças, mas já retorcidas na cor amarelada. Faz tempo que não abro as lutas dos pensamentos passados, até sentir virar do avesso as explosões contagiantes no consumir da alma. Mas sinto fome delas, mesmo podendo algumas serem de vergonhas adolescentes e de loucuras de loucos.
Retiro uma porção de fotografias avulso e espalho em cima do piano. Enquanto toco as teclas de forma melodiosa, compartilho visualmente os momentos de outrora.
O som invade o meu coração amado e as fotos libertam ressacas de luxurias.
A mistura romântica auditiva funde-se nos impulsos cortantes da visão e recria em mim um misto de sabores alucinantes do diabo, mas que escreveram convites de glamour.
Duas dezenas de fotos dispersas na simbiose de oitenta e oito teclas.
Nelas revejo plateias de satisfação nos deboches empolgantes nos prazeres excessivos com que carimbamos nossos corpos. Os rebolares a pique em que afogamos os retardamentos de orgasmos, as brincadeiras de erotismo nas nossas proezas e alívios sexuais. Traçamos as peles, arrancamos cabelos nas transgressões dos bacanais libertinos sedentos de castigos.
Ainda me lembro bem desta quando chegaste vestida de saia curta e blusa decotada. Ousada e atrevida demais para a época, uma gazela depravada, como te apelidei. Foi nesse dia que quebramos a flor da tua essência e sentimos emoções contraditórias como dois vulcões abafados pelo medo. Nesse dia as euforias foram brutais, que ainda me secam a boca neste momento. É um assaltar das riquezas do passado e ainda sinto o teu desejo das hormonas femininas, quando desceste a calcinha. Lambo os dedos para derreter excitações e freneticamente aumento o carregar nas teclas que soltam sons musicais de contos com asas.
É uma corrida esfuziante nos meus sentidos sensíveis.
Os espíritos desse tempo não são cemitérios de sonhos de emoções. Fomos personagens assanhadas, gloriosos guerreiros na cama até esfolar as peles nos esfuziantes leites dos fervores viciantes. Invadimos um ao outro em navalhadas de lambidelas nas propostas atrevidas como escravos selvagens.
Ovacionei tua beleza como a rainha da carne, mas nunca camuflei os sonhos de pincelar teu coração.
Contornamos as regras das mentalidades progenitoras e manchaste os lençóis com o perder da candidez.
Talvez proezas esgrimidas.
Mas tudo são memórias guardadas.
Respeite os direitos de autor
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