Intensamente provocadora...

Intensamente provocadora...

Nem todas as escadas têm como destino o inferno. Algumas, mesmo sendo raras, podem conduzir-nos ao paraíso, mas é necessário termos a sensibilidade apurada, para estarmos em perfeita sintonia, como duas almas gémeas. Pisamos o primeiro degrau, de olhos vendados, de mãos dadas e desde esse dia começamos a fazer amor através do dicionário.
Sensível, humilde, com carências humanas, mas de alma cristalina, com um magnífico dom de seduzir, desafias constantemente o lado deste pobre poeta dos mil encantos.
As palavras são o alimento que tornam tudo mais íntimo e os olhares entrelaçam a cumplicidade que desinfetou os egos envelhecidos por doideiras próprias de adolescentes.
Sabes que a tua nudez são portas que a minha imaginação já ultrapassou, que matei a tua timidez e agora estás consciente que a melhor forma de acabar com os receios é enfrentar os medos.
Retraída, mas espicaçada por este maluco, sentes-te confiante nas tuas ousadias e com desenvoltura maliciosa, decides colocar o meu ego submisso e provocar a minha inspiração com a privacidade escancarada.
Lúcida, com descompostura corporal, acabas com o silêncio sorumbático deste cão amestrado, através das coreografias loucas, enquanto esfolheio a bíblia do sexo.     
Como amantes esgazeados, ávidos por fogo boémio perdido no passado, envolvidos numa bolha de amor, incendeias os mandamentos com posições carnais, que fazem ranger os dentes e estourar os pulmões deste dinossauro.
Energicamente intensa, de botas altas, em lingerie rosa-choque, reduzida, lanças perfume de pura volúpia em cada cinesia corporal, enquanto escrevo na pauta, poesias com ejaculações precoces.
Com um desejo titânico de escalar o esplendor dos seios, de alcançar e provar a colmeia de mel nos bicos mamários, lambo os próprios lábios. As nádegas abertas, são viagens ilusórias que alimentam a tentação e fico a delirar na visão do esfíncter apertado, a piscar como se fosse a caixa de esmolas do pénis.
A escada é rolante, continuamos a subir juntos, agora com os corações presos, em osmose e em cada novo degrau, desforramos inauditas glórias.
Arrojada, ousada com os pecados agarrados às hélices giratórias do prazer, tens noção que és um colo aconchegante, que crias cócegas no estômago e que fazes de mim um tocador de masturbações de olhos esbugalhados.
Com os nossos cantos gregorianos de verdadeiros malucos, ouvimos as gargalhadas do diabo, as choradeiras dos santos e é extremamente aprazível sentir no teu sorriso rasgado, a felicidade, refletida no brilho exorbitante da íris.
Mesmo havendo desejo de beijos com línguas de serpente e de alimentar o fogo que nos une, a nossa sobranceria não é excomungada, porque és sedutora e intensamente provocadora…

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