Lealdade apunhalada...

Lealdade apunhalada...

Os tambores não eram de guerra, mas os sons arrepiavam o mais comum dos mortais pelo desafio na busca do sucesso coletivo. Os compromissos de cavalheiros foram selados com palavras de honra, sem juras de amor eterno, mas com uma fé inabalável na entrega, dedicação e lealdade.
Numa selva onde os fracos são comidos pelos abutres, temos de saber alimentar não dos mortos como eles, mas dar a mão aos vivos na sobrevivência em cada caminhada diária.
Ele deu tudo dele próprio, na selva, nos teatros de guerra, nos cenários pantanosos que retiravam o discernimento, mesmo na hora de dormir. Ferido várias vezes de morte, pelo cansaço, pelas agruras terríveis dos imponderáveis e muitas das vezes pelas flechas das suas próprias tropas, nunca desistiu de lutar lado a lado. Chegou a cair várias vezes do cavalo em distúrbios psicológicos que abriram feridas profundas nas situações de pânico e ansiedades cerebrais.
Caia, mas arrastou-se sempre até conseguir erguer novamente a cabeça para enfrentar os touros enraivecidos da sociedade gananciosa e lucrativa.
Por muito que o inimigo fosse mais forte, por muito que as forças se esvaíssem, nunca deixou de ser aquilo que é, digno, sincero e leal.
O compromisso do ego deste guerreiro era cair até à morte com a bandeira na mão ao lado do seu rei, mesmo sabendo que a dedicação pudesse não o levar necessariamente à glória.
Acabou vítima das palavras que não ferem sentimentos, mas das atitudes que atraiçoam as amizades puras da fidelidade. E, foi com as agressões psicológicas geridas pelas convulsões alucinadas das reações impensáveis do poderoso que feriram o seu coração e mesmo assim sem deixar nenhuma mágoa na bondade do devotado soldado.
Há vida para além desta luta para o lutador e novos cavalos para este cavaleiro andante. Existe, a dignidade, a dedicação, o perfecionismo como qualidades humanas que o deixam de consciência tranquila, pois sabe que entrou pela porta pequena, mas saiu pelo enorme portão da humildade. Nada paga a liberdade da dignidade individual, pelo que o leal samurai seguirá os caminhos com as pegadas dos seus princípios como ser humano.
Viveu para dar a sua vida para o seu amo, dedicado aos outros e no futuro será idolatrado por si mesmo, no seu íntimo, olhando todos os dias profundamente a sua felicidade a raiar no espelho.
Há coisas que podem ser sacrificadas na vida, mas nunca as pessoas e muito menos pelo próprio soberano, que nos momentos mais difíceis deixou cair a máscara do seu carácter.
Existe sempre um, “mas”, nesta vida de trocas e baldrocas, é que nunca se deve morder no cão porque pode despertar e contagiar a raiva.
Quem não soube ser de corpo e alma na caminhada para as todas as guerras e apunhalou a lealdade de quem o levou às glórias nas batalhas passadas, sujeita-se às derrotas futuras.

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