Mulher é inspiração...
10 de Janeiro, 2024
Quando há cerca de seis anos comecei a escrever, foi na tentativa sair do furacão de stress profissional que vivia. A escrita foi um escape que encontrei, uma boia de salvação para salvar-me da bolha alienada em que a minha vida se encontrava. Era uma loucura diária, uma montanha-russa de ansiedades, de descontroles, alucinações, de situações aceleradas de pânico e com as tensões elevadíssimas, abraçadas à teimosia do meu perfecionismo. Precisava de algo, de uma droga saudável, tinha de me agarrar a qualquer coisa e do nada, surgiste como uma luz que acendeu um candeeiro que há muito tempo estava fundido.
Sempre fui um apaixonado pela “Mulher”, um ser extraordinário, de uma singularidade única e de uma beleza transcendente. Um amantético, admirador, fascinado, encantado, seduzido, seja qual for a sua forma física, talvez por isso primeiro tente sentir a sua alma, a essência do íntimo e só depois admiro cada traço da silhueta corporal. É como escutar um musical de piano, mesmo sem saber tocar, mas só de olhar para o piano, imagino o bater das teclas, o que transpira pelas melodias, até sentir cá dentro calafrios.
Há quem me chame poeta, talvez o seja, mas quando admiro a sensualidade feminina, sou um artista que a tenta desvendar para esculpir a sua alma.
Desenho na imaginação os rascunhos de beijos, recrio fogos de artifícios com os seus orgasmos e com a ilusão pincelo palavras com os suores dos gemidos. Sou como um pássaro fora da gaiola, que voa livre, com as chaves do amor penduradas no bico, a espalhar magia do cupido.
Escrevo histórias, onde coloco emoções, recrio arrepios, toco corações e diabolizo pecados. Sei que, alimento a chama da paixão, que concebo sonhos molhados e que por vezes imolo labaredas com a acendalha dos desejos, fazendo as hormonas do prazer dançarem ao som dos aplausos da felicidade.
Gosto de sentir que acrescento algo de bom aos outros e dessa forma recebo os ecos e os ricochetes da jubilação.
Esfolheio na mente a sua imagem, vagueio na quimera da sua pele aveludada, na ânsia de a tocar vagarosamente, como se fosse um fogo que não se vê, mas que se sente e deixa-me a alma a sorrir.
Sou este adulto que caminha na passadeira rolante da vida, como um cavalheiro andante, um ser humano de coração aberto à partilha e que voa à boleia das tuas asas.
Bem hajas, és admirável, imaculada e por ti serei sempre um poeta fascinado, porque mulher é inspiração.
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