Mundo, do sentir…

Mundo, do sentir…

Sempre fui um contador de histórias, tudo fruto da sensibilidade da minha imaginação e da raiz dos pensamentos, onde germinam emoções com vida.
Acordei sonâmbulo, talvez os sonhos tenham sido intensos, quiçá fantasias entre amantes da sedução, ou simplesmente o surgimento de alguma princesa romântica, mas os arrepios que sinto na pele deixam-me num “suspense” estático.
Tento rebobinar o sonho, escuto melodias de encantar, sinto um perfume doce, vejo uma silhueta, talvez seja um pedaço de sol, ou uma luzerna que venha para iluminar a alma deste poeta apaixonado pela vida.
Sinto o abrir da luz, transporta eflúvios de ternura, parece que entrei num palco do paraíso, onde as fantasias escondidas e os silêncios amordaçados são desvendados pelo correr da cortina.
Abre-se um mundo mágico, dois anjos vestidos com a transparência total do corpo e da alma e com o esplendor das asas abertas na ânsia de poderem voar como dois pássaros loucos.
Ela (anjo) é de uma beleza corporal exuberante, como se saísse de uma incubadora de borboletas, de sorriso aberto, com um brilho que abraça e acalenta a chama da felicidade em lume brando.
Tento descodificar os labirintos da sua alma, tem vários enigmas, talvez carregue no íntimo feridas abertas, porventura de um passado amoroso desmoronado.
Nesta conexão, franzi as palavras na testa para serem lidos os sentimentos nas rugas, enquanto no seu olhar profundo tento escutar as palavras do seu silêncio.
Não tem qualquer cor preferida, talvez por ela ser um arco-íris impregnado de afabilidade, delicadeza e romantismo.
Paralisados, como se estivéssemos algemados à ansiedade descabida, numa simbiose dos subconscientes, demos um passo em frente, como dois polos que se atraem, e sentimos mutuamente o bater dos corações num abraço apertado.
Aproveitei o momento, fechei os olhos para escutar o bombear do sangue a correr nas suas veias, correm freneticamente, como se por magia almejasse sair da solidão e num impulso de candidez, dei-lhe um beijo na testa.
Durante este sublime instante, senti-me invadido pela essência perfumada da sua alma, naveguei na limpidez da pureza do seu coração e, nos ecos dos silêncios, ecoaram as glórias dos deuses dos regozijos.
Mesmo sem vendarmos os olhos, abençoados pelos toques deste fraterno enlace, fomos soltando penas das asas como se estivéssemos a semear pegadas de amor, neste maravilhoso mundo, do sentir.
 
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