O preto na rosa do amor...
29 de Setembro, 2018
Neste admirável mundo da escrita, onde cada letra do alfabeto tem o seu efeito vocálico ou fonético, definido pelas vogais ou consoantes, que em conjunto formam palavras que se tornam mágicas na linguística. Dotadas de um sentido de sentimentos, nomes próprios, objectos e que se encontram listadas no dicionário, por forma a cada um decifrar o seu verdadeiro significado.
Neste jogo das letras, inebriado na minha solidão do pensamento romântico, num malabarismo às cegas, abro o grande livro e na escolha do destino é meu dedo indicador nesta roda da sorte, que recai na palavra: Cor.
Uma simples palavra, fácil de pronunciar, com apenas três letras, mas que o seu conceito é de enormes complexidades quer nos significados, no nacionalismo patriótico de uma bandeira, nas paixões guerreiras e clubisticas, mas na minha maquiagem patenteia meus estados de alma.
As milhares de cores são estruturadas por nome e numeradas, o arco íris brilha com sete cores, mas na minha entrega física, sentimental e sexual ao teu corpo tem apenas duas cores.
Tu sabes os meus gostos, tu sabes tudo sobre mim, como te quero na cama, como gosto da tua entrega, sempre simbolizada na cor da tua lingerie.
O preto ou o vermelho, tu escolhes mas sou eu quem decide e será essa a cor que provoca os calafrios das labaredas acesas, das paixões empolgadas, do devaneio ao bacanal libertino, na cama da purificação ou na plateia do bordel.
Hoje, vestidos na alma sequiosa de impulsos envolventes, até a tua geografia corporal espelhada na parede do quarto é da cor preta.
Teus movimentos dançantes na reduzida lingerie preta, na nudez dos corações abertos e enfeitados pelo encanto interminável dos beijos roubados aos lábios colados, pelas carícias infinitas, iniciamos os rituais da contemplação a dois.
Enquanto minha boca e língua deliciam suavemente cada traço dos seios, com os bicos todos rijos estimulados pelo prazer, tua boca sacia dedo por dedo da mão com chupadas salivadas em movimentos provocantes.
Cada gesto nosso é como uma oração divina ao Deus do Amor, fazemos do corpo o terço das nossas rezas perfeccionistas, dos preliminares de carinhos sensíveis.
Entre beijos ofegantes e afagos mimados das carícias torrenciais, sopram os ventos da paixão no esgadelhar dos cabelos e nos arrepios da pele.
Envolvidos pelo bombear do bater do coração, pelas enxurradas lambidelas dos sabores dos sexos, o pulsar da loucura sobe cada degrau da escalada das intensidades, até atingir o celestial ilusório Everest.
Deitado sobre as tuas entreabertas pernas, com meu órgão penetrado no teu, soltando a sinfonia sincronizada dos uivos, sinto o rasgar da carne provocado pelas tuas unhas descontroladas.
As afagas persistente exploram o monumento memorial da paixão e fazem libertar o cheiro mais prazeroso dos seres apaixonados.
Amados um pelo outro, simbolizados no espírito psicológico da cor preta, entregues em preliminares infinitos, encarnamos o amor no vermelho de uma rosa.
Respeite os direitos autoriais
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