Quebrar correntes...

Quebrar correntes...

O ontem já passou. O hoje está a acabar. O amanha existirá?
Vivi o passado. Vivo sempre o presente. Desejo viver o futuro.
Sei que o ontem foi intenso. O hoje de reflexão. E quero sentir intensamente o amanha.
Nunca fui de saudades, sou de momentos e pensamentos ponderados do horizonte.
Apaixonado pela vida, mas a precisar de a viver.
Lanço ao vento os pensamentos deprimentes e viajarei nos sonhos dos entusiasmos.
Mato os silêncios do desalento e escutarei as melodias dos sorrisos.
Não vejo nas estrelas a escuridão das noites, mas olharei o brilho do seu resplendor.
Trespasso o corpo dos fantasmas e ficarei com os lençóis das suas vestes.
Baralho as cartas e perdi as ansiedades dos duques e terei os ases.
Troco a cadeira do cansaço pelas léguas dos suores físicos que palmilharei.
Dispo os tremores do medo e vestirei os fatos dos arrepios do prazer.
Apago a escuridão da alma e iluminarei o íntimo com a luz do coração.
Coloco as negatividades na sepultura e lacrarei com a pedra feita de positividades.
Dou o sangue moribundo e terei a transfusão do furor da vivacidade nas veias.
Atiro ao mar as lagrimas das tristezas e soltarei as feras contagiantes das alegrias.
Fecho os olhos aos pesadelos e carregarei na mente os sonhos.
Não vou viver o corpo nos limites da higidez, mas viverei os limites do corpo saudável.
Por isso arranco os ponteiros dos relógios e farei deles as setas do cupido.
Dou sem receber, luto sem magoar, tropeço sem cair, amo e voo sem asas na criação dos teus desejos.
Serei eu próprio, neste quebrar de correntes.

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