Reflexos da alma...

Reflexos da alma...

Vives momentos de solidão indesejada, andas perdida em medos estranhos e desorientada pela linguagem mental entre o corpo e a alma.
Uma sofredora de amores, cruzaste no passado, com paixões sem regras, mas é o futuro que te amedronta.
Durante o dia, soltas desabafos da vida, falas sozinha, recrias fantasias secretas e acabas sempre por ouvir, apenas as reverberações das ilusões.
O corpo anda irrequieto, sobressaltado, a viajar em pensamentos íntimos e sentes uma angústia desafiante em rasgares a pele de cima a baixo, para espreitares o coração a bater. E, já nem as poesias fictícias, conseguem aquecer-te a ego, nem alimentar a chama da esperança.
Num ato de desespero, desafias o espelho para um jogo sentimental de perceções, sem transparências opacas e quem sabe descortinar nele o canto do cisne, nem que sejam meras fantasias entre o real e o irreal.
Estarás nos dias de sorte ao jogo?
Caso não estejas, talvez o ditado se cumpra, nem sorte ao amor, portanto, podes cair na desilusão profunda e ficares despedaçada eternamente.
Não hesitas, arriscas ao assaltares o íntimo enraizado e o espelho estilhaça-se, traçando riscos na pele, como se fossem rugas fictícias. Respiras fundo, vês a imagem possuída de ternura, o bailado dos olhares fixos, que refletem nos olhos o colorido das borboletas e as gotículas que escorrem no espelho, não são lágrimas, são o perfume da essência divina. No reverbero dos estilhaços, não existem barcos à deriva, nem ventos estúpidos, apenas a espuma das ondas molhadas, iluminadas pelas tempestades de sol no coração.
Soltas um sorriso de alívio, sentes os pés em terra firme, a confiança a florescer no ego e a consciência que ainda poderás viver como os cisnes apaixonados, na caravana do amor.
Surpreendida e Incrédula, pela metáfora, levas a mão à boca, um gesto que não vês refletido em simultâneo, nem simetria no espelho, é sinal de que não és uma estátua morta, que tens vida própria para além dos silêncios a falarem pelos reflexos da alma.

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