Retratos do silencio…

Retratos do silencio…

Conto os dias no calendário e as horas no relógio. Umas vezes parecem longos dias, outras vezes longas horas. Alteradas as realidades pelos novos fusos horários, alongam a noite e desvirtuam as claridades do dia. Período da folha caída que resvala no teu olhar denegrido como se fosses silenciada por decreto. Não esmoreças minha luz os teus sorrisos ruidosos pois quero ouvir os teus rugidos de leoa. Desatento na tua queda abrupta das falésias, em que os pormenores das tuas forças passaram mais para menos do que para mais. Tens o espírito dos batuques dos tambores dos guerreiros, o ADN da minha resiliência lutadora e o fogo do dragão. Sabes que és os pingos da chuva, os redemoinhos dos voos de borboletas, as tochas que fazem arder a minha linha de vida. Não deixes carregar a carroça de mágoas, esbofetear tua alma com silêncios do nada e muito menos ferir o teu íntimo por pessoas de vergonha perdida. Sei que tens as emoções à flor da pele, que és um pássaro de gaiola, mas de portinhola sempre aberta. Os sons de teus passos não são pegadas de elefante mas suaves trotes de cavalo lusitano. Teus olhares nunca foram desertos noturnos, nem castelos sem vida, mas sim acendalhas que iluminam carrosséis de diversão aos invisuais. Cada pedra que metem no teu caminho rasga meus músculos da felicidade, faz de mim um pássaro ferido nas ansiedades de aplausos dos choros. O meu amor por ti é eterno, cada beijo teu são melodias harmoniosas de canções poéticas. Cada piscar de teu olhar produzem rascunhos de ruídos que se fundem nas selvas longínquas. Não desanimes o teu sorriso, deixa correr a alegria contagiante do meu mais que tudo. Cada ranger nas tuas portas da delicadeza, são tiros de balas perdidas nos meus pensamentos. Cada abatimento no teu coração de cordeiro, são chicotadas de mortificação na apreensão por ti. Estarei sempre a teu lado na obsessão de fidelidade em abraços de carinho e ternura, como se fosse o timoneiro do farol dos teus caminhos do destino. Levanta teu ego juntamente comigo e tilinta os copos no ar às tuas esfuziantes gargalhadas espontâneas. Não és a cobaia de enguias escorregadias no lodo e não serão as estaladas nem socos psicológicos que te derrubam. Podes cair e tombar, mas não será no silencio dos meus olhares e nunca te deixarei ficar no chão dos destroços do íntimo. Lutarei sempre pelo teu sorriso ate meu corpo escanzelar e os meus silêncios serão sempre ruidosos a gritar que te amo.

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